terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Paralelos

Escárnio.
Ríspidas palavras que desnorteiam
descentralizam
A culpa de todos os males eu carrego entre as coxas
o ódio à vida
o desejo de higienização do mal
dos pobres, pretos e excêntricos
a vida perde o sentido e as doenças mentais nos atacam quando desejamos comer lixo
Por livre e espontânea vontade nos envenenamos dia após dia
É difícil viver.
Levantar cedo e realizar todas as tarefas que um dia nos obriga a realizar
ocupar a cabeça para que o Diabo não apareça
Lavar, cozinhar, limpar, trabalhar e ainda achar um motivo para continuar fazendo tudo o que se faz repetitivamente
viver apenas por estar vivo
Eu me isentei da culpa
a culpa pela morte, pela tristeza, pela perda, pelo mal humor
Sobrevivi as pedras atiradas
Enfrentei as ameaças
Não sucumbi pelo medo
Carrego a cruz e continuo sonhando com o novo amanhã
As pequenas coisas ainda são as melhores coisas
o sabor das frutas e o barulho do mar
Uma viagem longa com múltiplas paradas em lugares pouco visitados
chegar ao destino planejado
dormir tranquilamente, sem que nada te faça acordar e ainda poder sonhar
o dom da vida é poder sonhar








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