quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

feminismo 2.0

Me considerei feminista
porém não via a hipocrisia
tanto queria mudar o mundo
que não percebo o quanto me iludo
Diante de tanta atrocidade
meu bem maior era a capacidade
de conseguir dinheiro antes que todos
e ainda os chamava de tolos
o pouco que me tinha
eu tinha e queria
cada vez mais nessa rinha
entrei achando que ganharia
mudaram as estações
mudei de pensamento
depois de tantas evoluções e emoções
percebi que dentro de mim existia um sentimento
A desigualdade me revoltava
Na desigualdade entre os gêneros eu acreditava
então uma luz veio me dizer
que com essa desigualdade eu compactuava
um embrulho no estômago
um mal-estar permanente
o gosto amargo em tudo o que comia
descobri que tudo isso era cultura da minha mente
meu subconsciente me dizia
pra parar enquanto havia tempo
ou eu seria exatamente aquilo que minha criança odiaria
me espiritualizei
me curei
hoje sei que não tem fim
e a exploração vai continuar se ninguém se levantar e agir
unidos, ninguém pode nos coagir
o branco tem mais fome do que pode comer
mata rio, mata planta, mata bicho e gente
quando tudo acabar, não vai ter pra onde ninguém correr
Lembrei que ser mulher também é um privilégio
quando minha cor não é meu mártir
não sou da cor de Martin
Eu sou da cor de Sérgio




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