So here we are...
voltando à realidade depois de 9 dias sendo o que quiséssemos ser.
Nesses 9 dias não fiz absolutamente nada do que planejei fazer. Apenas saí com amigos, andei muito de bicicleta, fui ao cinema, dormi, e chorei. O que mais fiz foi dormir, não nego. Mudei de quarto mais uma vez, novamente estou na casa de cima, e em alguns dias, sozinha na casa de cima. Não me incomoda mais estar sozinha, o que mais me atormenta são as mudanças. Gosto de rotina, gosto de estar sempre no mesmo lugar, não me incomoda ou me desespera estar todos os dias fazendo as mesmas coisas, nos mesmos horários, seguindo o mesmo padrão. Na verdade, isso me satisfaz muito. Quando isso muda, fico desorientada. Não sei mais aonde estão as minhas coisas, não sei aonde colocar minhas coisas. Chorei, porque me senti perdida, não sabia nem como me ajoelhar e pedir ajuda a Deus. Chorei, na esperança de que meu choro trouxesse aquilo que eu havia perdido.
E agora são 01:42am e me apresento em frente ao notebook pensando sobre a semana que vêm.
Penso sobre você, e toda a agonia que te ver e não te tocar me traz. Sinto sua pele, às vezes, quando me permite, mas não sinto a alma, apenas o que tem na superfície. Não sinto quando você vibra, quando você cai, não sinto se me quer apenas o corpo, ou se a sede é muito maior. Sinto sua carência, confrontando a minha. Sinto sua relutância em me desejar e não poder me ter.
Enquanto eu só queria sentir você, sem pressa, queria te aproveitar, sentir sua respiração com calma, roçar meu rosto liso na sua barba áspera, poder te beijar o pescoço e sentir seu -meu- arrepio. Queria você, sem medo, sem tempo, sem lugar, sem horário. E eu te quero assim, a tanto tempo, que nem sei mais como ainda nos sustento.
A realidade me leva a você, e eu choro, perdida, porque não sei mais quais são as fronteiras entre minha ilusão, de nós dois nos beijando na cozinha, e eu te desejando ali mesmo, e a realidade de fingir que nada aconteceu, e que nossas bocas são completamente estranhas uma à outra.
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